Através do projeto Das coisas que são vistas em isolamento, Ricardo reflete em isolamento, olhando pela janela da sala de seu apartamento, avistando a cidade e, nela, não mais os outros, mas suas janelas.
Troca-se o olhar no olho do outro pelo olhar na janela do outro. O olho não seria a janela da alma? Pois bem… aparece aí, em suspensão, uma possibilidade. Uma possibilidade de retomar os afetos constituintes típicos do espaço da Cidade. Me debruço sobre essa nova possibilidade e me reconheço no outro pela janela, dele e minha. Mas então seria afinal: janela ou espelho? Uma perspectiva do mundo que está ali fora, transformado em registro, documento? Ou um reflexo de mim mesmo, um reconhecimento, um autorretrato? Miro, isolado, e registro esse novo cotidiano. Anoto o cotidiano do outro, que também é meu. Faço novamente uma lista, isolada, das coisas que são vistas em isolamento.
Sócio do Estudio Ceda el paso, na Galeria Sete de Abril, é Arquiteto formado pela FAU-UFSC, doutor em Crítica e Estética da Metrópole pela FAUMACK, professor de crítica e leituras urbanas no curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário SENAC. Atua desde 2010 como explorador gráfico, expondo projetos em serigrafia com a temática das coleções, coletas e perambulações urbanas. Desde 2005 investiga o cotidiano da Cidade a partir de caminhadas urbanas. Desde 2005 investiga o cotidiano da Cidade a partir de caminhadas urbanas (curtas e longas, matinais e noturnas, solitárias e coletivas) e produz materiais diversos de registro e apropriação, experimentando desde desenhos, mapas psicogeográficos, coleções de objetos encontrados até séries fotográficas (estas últimas sempre postadas e compartilhadas no Facebook e Instagram). Destas investigações urbanas surgem as séries fotográficas “DAS COISAS QUE…”, coleções de registros de objetos ordinários e acontecimentos cotidianos aproximados sob determinada temática, sempre ambígua ou de dupla interpretação.
Conheça os títulos do Ricardo Luis Silva disponíveis na Lovely House.
Não há avaliações ainda.