Purgatório tem como cenário o Palácio Salvo, edifício tradicional da capital uruguaia, onde o autor viveu durante anos. O fotógrafo volta ao prédio não como exercício de reconhecimento ou descoberta, mas para explorar o que é visível para além da luz. As motivações para averiguar o que acontece ali dentro vem de suas próprias vivências e ajudam a borrar o caráter estritatamente documental, dando um tom singular à sua leitura visual e experimentando a fronteira entre realidade e ficção. Em uma série de imagens marcadas por um tempo que é sempre noite, a paisagem é fracionada para que surjam estranhos personagens de um universo absolutamente humano. Fonte: Sinara Sandri/Festfoto