Palavras que foram deixadas pelos citadinos anônimos, pelo Estado, pelas instituições, pelas trocas e ofertas comerciais, pelas marcas e identidades visuais, pelas sinalizações, pelo palimpsesto da História, ganham outras camadas, inclusive poéticas, no momento em que as resgato de suas funcionalidades originais. Quando organizo uma coleção dessas palavras, aciono outros significados, abro outros espaços, ativo outras leituras, faço outras montagens. E quando essas palavras são nomes? E quando as coisas vêm com nomes inscritos em si mesmas: às vezes as suas denominações, às vezes o nome de suas origens, ou mesmo quando não há inscrição alguma, mas o nome da coisa está lá. Afinal, todas as coisas têm nome, elas querendo ou não. Até anônimo tem nome. Aí vai a Onomástica para provar. Muitos povos antigos consideravam o nome como parte indissociável das coisas. Para muitos, nome e coisa são praticamente a mesma coisa. Outros já adoram dar novos nomes para velhas coisas. Alguns gostam de perguntar: como é que chama o nome disso? E tem também aqueles que preferem simplesmente dizer: todos os nomes.
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