Em Escombros procuramos redefinir a técnica do pirquinero, revalidando a sua história e condição através do gesto de cortar e desconstruir o concreto durante a luta contra o modelo neoliberal que foi gerado a partir da eclosão social de 18 de outubro de 2019. Este acontecimento desencadeou uma série de actos em que, através da fractura e da fragmentação, a rocha foi deslocada e a geografia foi modificada para criar novos contextos de resistência e um novo discurso de identidade territorial.
Javier Aravena
Meus projetos se aproximam da paisagem a partir de seu trânsito; não há uma busca pelo modelo, mas sim pelo trajeto, como uma estratégia de entendimento do território, geograficamente, politicamente e materialmente. Dessa forma, cada projeto começa com a exploração e o percurso a pé de um território específico, principalmente áreas mistas ou cruzamentos entre paisagem natural e urbana. A paisagem não é entendida por essas investigações fotográficas como uma totalidade, mas como uma interseção entre um lugar e outro, delimitada por vestígios que podem ser identificados e transformados em signos visuais. Estabelecendo um olhar onde a natureza aparece como um elemento que resiste a desaparecer e é ressignificada a partir do lugar mais ambíguo: suas zonas desabitadas, erosionadas e inertes.
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