No projeto Cordéis da GráficaFábrica, do formato cartaz ao formato livro, muitas possibilidades de manuseio e interação são possíveis. O que se objetiva é, primeiro, uma aproximação estreita com os elementos e características materiais básicas: tinta e papel, cor e textura, luminosidade e fibrosidade; num segundo momento, sugerir a interação como jogo, aproximação lúdica que procura decifrar ou inventar uma ordem para as diversas imagens que compõem o cartaz, destacadas a partir das serrilhas e do vinco já marcados na única folha impressa.
O nome cordel, nesse projeto, pode remeter à tradição gráfico-editorial nordestina, menos por seus aspectos visuais e técnicos, mais pela busca de certa síntese e economia de meios, da linguagem à produção gráfica, salvaguardando-se, naturalmente, os diferentes contextos culturais em que acontecem ambas manifestações gráficas. A escolha de um barbante de algodão cru colorido para amarrar literalmente as páginas da publicação é que, de fato, definiu o nome da coleção, uma vez que não só resolve de modo elementar a questão da encadernação como se aplica a suporte para pendurar a publicação numa leitura em qualquer parede, varal ou plano vertical; livro que volta a ser cartaz.
Formado na FAU USP em 1992, vem trabalhando com artes visuais, dedicando-se particularmente ao desenho e aos diversos sistemas de reprodução de imagens, da xilogravura ao digital. O início de sua atividade profissional com as artes gráficas ocorreu na Oficina das Artes do Livro – espaço voltado à divulgação das tradicionais técnicas de fabricação de papel, impressão tipográfica e encadernação – dirigida pelo artista plástico Otávio Roth.
Em seu estúdio Fonte Design, desde 1996, desenvolve projetos gráficos de livros e outras publicações culturais, como o Mapa das Artes. Em seu ateliê-editora, Gráficafábrica, desde 2007, edita tiragens de livros artesanais.
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