No ano em que se comemora o centenário da Semana de Arte Moderna paulista, chega às livrarias A chegada do moderno, lançamento da BEĨ Editora que revê a trajetória do arquiteto Gregori Warchavchik, pioneiro da arquitetura modernista no Brasil.
Nascido na Ucrânia, Warchavchik era um jovem arquiteto em 1923, quando migrou para o Brasil. Ao estabelecer-se em São Paulo, casou-se com Mina Klabin, cunhada de Lasar Segall, e travou contato com o círculo de artistas e intelectuais voltados para a discussão da cultura brasileira no século XX – pessoas como Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Flavio de Carvalho, entre outros. A casa que projetou para sua família, inaugurada em 1928 na rua Santa Cruz e hoje tombada pelo patrimônio histórico, foi a primeira construída no país conforme os postulados arquitetônicos modernistas. Em seus projetos, desenhava também o mobiliário interno, bem como elementos como gradis, portões e luminárias.
Com organização da arquiteta Silvia Segall, A chegada do moderno apresenta uma seleção dos principais projetos de Warchavchik, da casa da rua Santa Cruz aos projetos de clubes do fim dos anos 1950, reunindo obras construídas, projetos não executados e desenhos de mobiliário. O livro mostra, assim, tanto seu caráter de pioneiro do modernismo como a forma como se adaptou às transformações do tempo e do mercado, atuando também como empreendedor e construtor. A obra traz textos de Ivo Giroto, da FAUUSP, do arquiteto Carlos Warchavchik, neto de Gregori, e de Maria Cecilia Loschiavo, que discorre sobre o design de mobiliário do arquiteto. O volume traz ainda uma entrevista de Paulo Mendes da Rocha – que recorda com humor a convivência de ambos durante a reforma do Clube Paulistano –, além de uma grande coleção de fotografias, desenhos, plantas e croquis que revelam a inventividade, a inovação e o amadurecimento do trabalho do arquiteto ao longo do tempo.
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