A autora adentra os porões da casa onírica de sua avó, vê e é vista pelos cantos, toca alegorias, enxerga as hortênsias de um jardim em preto e branco como se fossem ciclames azuis e superviventes às estações. Ode ao Tombo! A memória dança e galopeia entre lampejos e clarões. No Livro Tombo, de Fabiana Ruggiero, as imagens são atravessamentos temporais, que revelam sulcos, ruínas, intersecções, vizinhanças e relações. De tudo o que se ajunta, de tudo o que se acumula, de tudo o que se seleciona, impregnado pela necessidade do movimento pulsante para que um inventário do sensível reproduza o entrelace com a vida das imagens.