Reprodutor reune mais de 160 desenhos feitos pelo público em exposição homônima a partir das fotografias de nove artistas
Reprodutor de Rochelle Costi, publicado pela Lovely House Editora, não é um livro de fotografias, mas uma compilação de desenhos realizados pelos visitantes da instalação de mesmo nome, criada pela artista em 2008 para a mostra Lights out, curada por Daniela Castro para a reabertura do Museu da Imagem e do Som (MIS) em São Paulo.
Rochelle costumava dizer que Reprodutor é uma espécie de vingança a um determinado exercício ao qual foi submetida para tentar corrigir um estrabismo em sua infância. Em tal exercício era obrigada a copiar desenhos a partir de seus reflexos em um vidro. Como resultado dizia ter perdido a confiança no traço, mas por outro lado, habituou-se ao olhar mediado por instrumentos, buscando mais tarde a fotografia como meio de expressão.
“Reprodutor trata a própria visão como instrumento de reprodução da imagem fotográfica em traços. […] A artista une a mecânica da câmera e a mecânica do olho e do traço (elementos que uma vez deram origem ao design do aparato fotográfico) em um único espaço, revelando que a reprodução nunca é fiel; a reprodutibilidade é sempre autoral e subjetiva, seja ela mecânica ou manual”, observa Daniela Castro.
Nas mostras, que aconteceram em diversos espaços expositivos entre 2008 e 2018, os visitantes foram convidados a desenhar a partir de reproduções fotográficas de German Lorca, João Castilho, João Modé, Lenora de Barros, Marina Abramovic, Rosângela Rennó, Thomas Farkas e Vik Muniz nas “mesas de reprodução”, cujo design foi elaborado por Rochelle.
(1961, Caxias do Sul, RS – 2022, São Paulo, SP)
Uma artista que trabalhou com fotografia, vídeo e instalação. Sua concepção de fotografia como forma de colecionar foi refletida diretamente em seu trabalho, geralmente organizado em séries. A artista misturou fotografias com outras formas de expressão artística e muitas vezes as levou para a instalação. Trabalhou com escalas diferentes e as confrontou em suas imagens. Seu trabalho joga com pontos de vista causando certo estranhamento e desconforto, sensações que nos prendem em suas imagens e nos fazem refletir sobre elas. Impossível vê-las, é preciso olhá-las. Destacam-se as exposições realizadas no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Centro Cultural São Paulo, no Museu da Imagem e do Som (São Paulo), no Espaço Cultural Casa da Ribeira, Sala Petrobrás Artes Visuais (Natal), no Paço Imperial (Rio de Janeiro), nas 24ª e 29ª Bienal Internacional de São Paulo, na 11ª International Architecture Exhibition (Veneza), na I Bienal del Fin del Mundo (Ushuaia), na Pinacoteca do Estado de São Paulo, na Neuer Berliner Kunstverein (Berlim), no Centre de la Vieille Charité (Marselha), no Walker Art Center (Minneapolis), no El Museu del Barrio (Nova York), no Centro de Arte Reina Sofia (Madri), nas 6ª e 7ª Bienal de La Habana, na Fundación La Caixa (Barcelona).
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