Ao longo da carreira, Seydou Keïta (1921-2001) produziu inúmeros retratos dos habitantes de seu país, o Mali. Em seu estúdio, localizado perto da estação ferroviária de Bamako, registrava as expressões, os vestuários e os gostos dos visitantes que passavam por lá. Realizadas entre 1948 e 1962, as imagens deste livro também mostram um período de transformação no Mali. O país caminhava rumo à independência, em 1960.
Autodidata, Seydou Keïta começou a fotografar logo após receber do seu tio uma Kodak Brownie, câmera popular na época. Curioso, tentava aprender a técnica enquanto trabalhava como carpinteiro, ofício de sua família. Aos poucos, aperfeiçoou sua prática, e também começou a revelar suas próprias imagens.
Em 1948, abriu seu estúdio, onde retratou a elite de Bamako, a pequena burguesia em ascensão em pleno regime colonial, mas também gente do campo em visita à cidade. Essa tensão entre modernidade e tradição pode ser identificada nos próprios retratos produzidos pelo fotógrafo.