O projeto substrato investiga memória, essência, base; o que resta após uma transformação. Retornei a casa da minha avó em Friburgo, na Serra do Rio, 1 ano depois de sua passagem- e encontrei cores, formas, fluidez, e uma natureza forte ao redor, natureza que vi desde criança dessa forma ali, da varanda olhando para o céu. Hoje a casa está vazia, mas deixou rastros de sensações, movimentos, e significados atemporais. Nessa investigação da vida que resta, observo como “tempos inteiros se deslocam para as pequenas coisas”, e me interesso muito por suas formas. Investigo, por fim, a impermanência da vida através da interseção entre realidade e o sonhar acordado. A materialidade que encontro se desfaz, os objetos que encontro se transformam em cores e formas, em sopros de vida; há fluidez por toda a parte. Na natureza ao redor e principalmente no céu, encontro formas também, encontro luz, encontro rastros de memórias misturadas com a imensidão do sentido da própria vida; O olho que fotografei foi esculpido pela natureza em uma árvore, não o influencio: observo o mistério e sou observada. Fotografo sem um contínuo, sem ordem fixa. Assim é a fluidez do tempo da vida..
O projeto foi realizado nos últimos 10 meses e acredita na relação livre com o expectador, onde novas interpretações, sensações e narrativas podem surgir. Realizado no LAB do Espaço Foto Contemporânea, sob orientação de Leonardo Ramadinha, substrato se transformou também em um pequeno fotolivro criado de forma independente e com tiragem limitada.
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