“A história da relação artística entre Zurique e São Paulo foi marcada, ao longo dos últimos sessenta anos, pela arte concreta de Zurique (Konkrete Kunst), especialmente pela obra de Max Bill. Mas existe outra história sobre essa troca cultural: a de um pintor que buscava o infinito esférico em obras monocromáticas. Se esse artista não teve sucesso em Zurique, onde não fazia esforço para se integrar a nenhuma cena artística, enquanto era ignorado pelo circuito vigente da arte concreta, no Brasil, ele fez exposições nos mais importantes museus: Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP, em 1959), Museu de Arte de São Paulo (MASP, em 1978) e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ, em 1982). […] de volta à Suíça, ele anunciou que não mais produziria, ainda que tenha posteriormente participado de exposições, com trabalhos existentes. O Brasil significou o fim da carreira artística de T.S. que, após essa experiência traumática no MAM-RJ, tampouco retornaria ao país.
[…]
Artistas e obras são negligenciados, seja porque alguns artistas em vida preferem isolamento, como posição em favor da dedicação à obra, em detrimento da sociabilidade exigida pela prática cultural, seja porque, no curso do tempo, representantes de instituições são levados a esquecer. Por outro lado, situações igualmente incidentais levam obras e artistas ao destaque e à permanência.”
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