Este livro é dedicado à obra de Tarsila do Amaral (Capivari, São Paulo, 1886 – São Paulo, 1973) e acompanha uma grande exposição no Museu de Arte de São Paulo (MASP) sobre essa artista fundamental do modernismo brasileiro. De família de fazendeiros do interior de São Paulo, Tarsila estudou em Paris nos anos 1920, onde aprendeu com André Lhote (1885-1962) e Fernand Léger (1881-1955) para em seguida devorar os estilos modernos europeus, como o cubismo, e digeri-los de maneira antropofágica, produzindo algo próprio, singular e híbrido. Boa parte da crítica sobre a artista feita até hoje no Brasil enfocava sua filiações e genealogias francesas, marginalizando os temas, personagens e narrativas populares. No entanto, elementos e cores populares atravessam toda a obra de Tarsila: paisagens do interior ou do subúrbio, da fazenda ou da favela, povoadas por indígenas ou negros, personagens de lendas e mitos, animais e plantas, reais ou fantásticos, representados com suas cores caipiras: “azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante”, nas palavras da artista. Este é o mais amplo catálogo de exposição sobre Tarsila do Amaral, reunindo 113 de suas obras, bem como fotografias e documentos. Organizado pelos curadores da mostra, Adriano Pedrosa e Fernando Oliva, inclui textos inéditos de Adriano Pedrosa, Amanda Carneiro, Fernando Oliva, Irene V. Small, Mari Rodríguez Binnie, Maria Bernardete Ramos Flores, Maria Castro, Michele Greet, Michele Bete Petry e Renata Bittencourt, além de textos históricos de Paulo Herkenhoff e Sergio Miceli, e comentários de obras feitos por Artur Santoro, Carlos Eduardo Riccioppo, Guilherme Giufrida e Matheus de Andrade.