Esta publicação é parte de um percurso a pé por um território, Islândia, e seu mapa, companheiro de minha viagem em dois momentos distintos: enquanto me deslocava e depois. Suas palavras, localizações e distâncias revelam em cada revisão novas camadas do lugar e maneiras de entendê-lo. Como um dicionário ilustrado abreviado e exercício de toponímia, esta publicação busca fazer uma pequena homenagem aos lugares que são nomeados, ressaltando as características de sua própria geografia, que não comemoram personagens que passaram por eles ou dignificam histórias de conquistas. Enquanto a espécie humana continuar existindo, aquela “montanha negra” (Svartafjall) continuará sendo uma montanha negra, independentemente do momento histórico humano. Seu nome, de maneira implícita, nos subordina à montanha e não o contrário.
Monica Naranjo Uribe
Meu trabalho parte de um interesse pela experiência íntima no território e sua representação. Nos últimos anos, tenho me concentrado na geologia, buscando uma maneira de entender os lugares a partir de sua condição física, além de seus limites políticos. Encontro um grande potencial poético na linguagem científica, e como suas descrições evocam um mundo além de nossa percepção imediata, próximo à ficção. E, paradoxalmente, através dela, podemos entender de maneira mais profunda nosso entorno natural.
Escolho territórios específicos como objeto de estudo para meu processo de investigação e criação, acreditando que a experiência direta em cada local geográfico desencadeia certas reflexões necessárias para a compreensão de um todo comum. Utilizo diferentes meios, como o desenho, a narração visual por meio de publicações, a instalação ou intervenções efêmeras na paisagem, como possibilidades para encenar poeticamente essas ficções.
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