“As bicicletas são máquinas impulsionadas por você mesma. É você quem decide para onde quer se deslocar”, diz a protagonista de Todas as bicicletas que eu tive, uma mulher que, seja numa Chopper, uma Mountain, uma Diamant, uma Giant ou uma Aurorita, serpenteia com liberdade as ruas de Quito, Bogotá, Medellín, Cali, Buenos Aires ou Paris, costurando os diferentes capítulos da sua vida.
Nesta comovedora novela gráfica, o trabalho mais recente de Powerpaola, as bicicletas não são apenas extensões de si mesma, senão também as musas que a levam para o passado, esse obscuro e abismal rio pelo qual fluem amores, perdas, amizades, irmandades, tragédias, acidentes e desilusões. Contemplados do selim, e escritos e desenhados como se fossem os traços deixados por todas aquelas bicicletas que passaram, os fatos ganham seu verdadeiro sentido e se transformam em pequenas revelações do destino. O da protagonista, é claro, mas também o do leitor.
Esta é uma iniciativa editorial latino-americana. Cinco editoras em torno a um único livro: Todas as bicicletas que eu tive se publica ao mesmo tempo por El Fakir (Equador), La Silueta (Colômbia), Lote 42 (Brasil), Musaraña (Argentina) e Sexto Piso (México e Espanha).
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