A fotografia sempre acompanha, encoraja e descampa. Nesse caminho, documentar o que é visto, muitas vezes, se torna a busca pelo que passou ou ficou desapercebido na memória. As lembranças e vestígios se tornam recorrências durante o fotografar. A fotografia nos enreda e conduz para outros mundos e sensações. Por entre tudo isso, Vertentes desloca-se, faz atalhos e cruza caminhos.
Cenas ordinárias, habituais, do cotidiano. Porém, metafóricas, alegóricas, livres no percurso do imaginário. Não importa o que é visto. A busca se faz pelo que é experimentado. Muito mais do que memórias, são sentidos de um agora, de uma vivência.
Ao tentar inventariar um espaço territorial que o acompanha desde a infância (carregada de mistérios), André Conti se arma com alguns aparatos: imagens noturnas com longas exposições e a Lua cheia como companheira. Conti propõe um ensaio que é puro chamamento para contemplarmos aquilo que poderia ser tomado como experiência de sentidos.
Vertentes é o fotolivro #4 da coleção Olhavê {Projeto}, coleção de livros de fotografia de autores contemporâneos brasileiros. Os trabalhos inéditos se alinham ao recorte da coleção que prima por narrativas concisas com ênfase na potência poética. A edição dos ensaios problematiza temas e histórias, preservando o discurso subjetivo.
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