“Vão te roubar, matar ou sequestrar!” – Foi o que os amigos e familiares do fotógrafo disseram a ele quando comentou que queria documentar a fronteira entre Equador e a Colômbia. Aquilo que acontece ao longo da estreita linha que delimita ambos os países é uma incógnita. Ninguém sabe ao certo o que acontece nos vilarejos localizados ali, mas todos concordam que não é nada bom. É um território marginalizado, esquecido, perigoso.
O destino era Puerto Nuevo, uma pequena comunidade com cerca de quinhentos habitantes, situada às margens do rio San Miguel, no lado equatoriano da fronteira, fundada em 2001 por colombianos deslocados pelo conflito armado no sul da Colômbia. A localidade se encontra em uma zona empobrecida e de difícil acesso, em uma região esquecida pelos governos de ambos os países, onde as pessoas estão sujeitas à poluição ambiental e a outros abusos das companhias petrolíferas, e a presença de forças de segurança é quase nula. Trata-se de um povo cuja situação não é a exceção, senão a regra desta região.
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