Palavras que foram deixadas pelos citadinos anônimos, pelo Estado, pelas instituições, pelas trocas e ofertas comerciais, pelas marcas e identidades visuais, pelas sinalizações, pelo palimpsesto da História, ganham outras camadas, inclusive poéticas, no momento em que as resgato de suas funcionalidades originais. Quando organizo uma coleção dessas palavras, aciono outros significados, abro outros espaços, ativo outras leituras, faço outras montagens. Dentro dessas montagens outras, vislumbro as dinâmicas ambíguas construídas pelas solicitações, pelos pedidos. Resolvo fazer uma lista dessas palavras-pedidos. Palavras que refletem nossos acordos civilizatórios (ou a insistência em não cumprirmos alguns deles), nossa constituição de ser social. Palavras-pedidos, que nem sempre são palavras e nem sempre são pedidos, que estão por aí, que ora exigem, ora recomendam, ora convidam… ora viram pedido pelos olhos de quem olha, afinal rocambole também é pedido…
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