Em Deriva, as imagens são construídas a partir de um diálogo constante entre elementos do cotidiano, obras de mestres que servem de baliza e a árdua busca por um traço próprio. Essa mesma mistura interessante entre vida, influências e invenção está presente no Carderno de notas. Aqui podemos acompanhar um dia na vida de uma jovem – uma referência a Mrs. Dalloway, de Virginia Wolf, uma forte influência para Helena? – que luta para encontrar um caminho para sua arte. Embora possam ser lidos de forma independente, os dois volumes se complementam: as imagens mistas que vemos em Deriva são resultado do trajeto descrito em Caderno de notas. Em ambos testemunhamos a coragem da jovem artista de brincar com mimésis e poésis, provando que bela e original é a arte que não tem medo de mostrar onde se enraíza.