A série “Do porão ao sótão” foi elaborada entre 2016 e 2018 e já foi exposta no Projeto Armazém Coletivo Elza, em Florianópolis (2017); selecionada na convocatória de artes visuais da Rede SESC de Galerias com exposição individual em São Bento do Sul e Joinville (2018); além de selecionada e exposta na casa de Cultura Dide Brandão em Itajaí (2019).
No livro premiado, Ana Sabiá seleciona parte daquele trabalho, mas insere também fotografias realizadas entre 2020 e 2021, período que coincide com a quarentena, isolamentos sociais e as vivências reclusas nas casas.
O livro conta com texto de apresentação de Juliana Crispe, tradução para o inglês de Alessandra Valentim, arte final de Willian Bazzo e coordenação editorial de Isabel Santana Terron.
“A morte de uma flor percebida como possibilidade, ainda que irônica, de ser reanimada ou ancorada sob prendedores humildes de sua matéria inerte. O frágil mundo-ovo que se partiu não retrocede à superfície lisa e hermética, assim como a vida que ali se aninhava não pode – nunca mais – retornar ao ovo-útero. A sutura é uma evidente tentativa fracassada de reatar estilhaços.
O interesse é discutir uma coletividade a partir de uma privacidade doméstica: a casa, os objetos, as pessoas que ali habitam, suas singularidades percebidas nessa estrutura. Os acontecimentos banais que permeiam a vida e sua finitude são fontes de inesgotável beleza e gravidade se aptos à percebê-los.
O microcosmo doméstico carrega a complexidade macro a partir das relações, percepções e posicionamentos ali inscritos. Este trabalho problematiza o habitat domestico, essa casa-corpo e busca evidenciar as armadilhas, conscientes ou não, que permeiam nossas crenças e desejos de voltar no tempo ao constatar nossos equívocos, finitudes e chances de vida desperdiçadas… ”
Artista visual, fotógrafa e pesquisadora. Doutora em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), na linha de pesquisa Processos Artísticos Contemporâneos. Mestra em Psicologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Licenciada em Educação Artística com habilitação em Artes Plásticas, pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP | SP). Membro do grupo de pesquisa Articulações Poéticas (CNPq/UDESC) e do Núcleo de Estudos em Fotografia e Arte (NEFA). Possui experiência profissional no ensino fundamental e médio na área de Artes Visuais e Fotografia. Como fotógrafa, participa ativamente da cena artística brasileira em exposições, mostras e festivais de fotografia, incluindo seleções, convites e premiações. Atualmente, desenvolve pesquisas a partir do corpo, surrealismo e auto-representação como estratégia de problematização crítica de temáticas que perpassam feminismos, identidades e auto-biografia.
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