Durante três anos, 2014, 2015 e 2016, Lenci fotografou, parado, observando, de frente para cada cenário, por pelo menos três horas em cada uma das 17 locações escolhidas. Depois de explorar os espaços pouco ocupados no seu primeiro fotolivro, Desáudio, o fotógrafo se concentra agora nas pessoas e seus movimentos.
Paris, Nova York, Amsterdã, Vaticano, Lisboa, e São Paulo foram algumas das cidades escolhidas por ele para ocupar as 36 páginas do livro, que contem as 17 obras, cada uma delas, resultado de uma combinação de mais 24 fotografias do mesmo local. “As repetições dão essa sensação de ininterrupção e celebram o infinito. Assim como o formato do livro que é montado em torno de uma espiral, dando a possibilidade de diversas leituras”
Movimento Estático é todo em preto e branco e precisou de mais de 400 fotografias para ser apresentado em forma de livro. Com uma observação mais atenta, nota-se cada cenário: Oceanário, em Lisboa, OCA, Minhocão, Bienal e Velódromo Caieiras, em São Paulo, Lincon Center, em Nova York.
A escolha por apresentar 17 construções na publicação não é por acaso: “somados os algarismos 1 e 7 temos como resultado o símbolo do infinito”, conta Lenci.
Em busca de uma composição geométrica, o fotógrafo conta que a ideia desde o início era revelar essa quarta dimensão, de espaço/tempo, em que as pessoas estão, mas não se dão conta. “Sempre tive em mente um fundo plástico para cada situação, uma ideia de observação constante em um cenário estático, em que estou no controle, mas de pessoas interagindo diretamente fazendo este contraponto do movimento e do inesperado”, diz.