É preciso voltar o tempo. A primeira vez que vi essa série de fotografias, um estranhamento me bateu. Fotografias que num olhar apressado passariam por simples amontoado de imagens desconexas não poderiam impressionar. Aquelas fotografias iam além. Eram mistério e tempo, eram Naoni.
Naoni que surge indefinido, é ser sem forma, é força. Força da Natureza, delicada e bruta que cria, dá vida e faz mudar. É homem, mulher, criança, é vento que sopra a trama da criação capaz de transformar. É Naoni quem constrói e destrói.
É onda que leva e trás, que se afasta, aproxima e faz chocar. Fotografias que nos levam a um outro estado de observação, estabelecendo relações entre o real, lúdico e onírico.
Naoni mora na essência criadora do olhar de dois artistas que se juntam com técnicas e estéticas diametralmente distantes e que ao se encontrarem dão vida a algo maior. Morrem dois, nasce um.
Naoni me leva a um sonho surreal onde a linha tênue do equilíbrio entre ficção e realidade surge tensa em fricções e rupturas que pode nos levar a dimensões extraordinárias do imaginário. Não existe “onde, quando ou porque” nessas fotografias.
– Leonardo Ramadinha
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