Dividido em quatro núcleos, este livro reúne as diferentes perspectivas a partir das quais a artista explorou a fotografia e o país durante os anos 1960 e 1970 (anterior ao envolvimento da fotógrafa com os índios Yanomami): a imersão antropológica, o fotojornalismo, as experimentações urbanas e o interesse pela natureza. Guiada por uma visão humanista, a fotógrafa aventurou-se em realidades que desconhecia e aproximou-se de grupos fechados e marginalizados, usando sua câmera para entender o outro e conhecer a si própria. Um deslocamento que também ocorreu no âmbito geográfico, quando foi obrigada a reconstruir a vida em um novo país.
Nesse período, Andujar desenvolveu em seu trabalho a combinação de mergulho antropológico, experimentação visual e engajamento político, que mais tarde sintetizou de forma brilhante entre os índios Yanomami, transformando a documentação e a proteção desse povo em missão de vida. Com o tempo, a produção ligada aos índios se sobrepôs ao extenso trabalho dos anos anteriores. Ao resgatar a primeira parte de sua carreira, o livro ajuda a entender a amplitude e a complexidade da produção de uma das mais importantes fotógrafas brasileiras. Foi lançado em 2015 a propósito da exposição Claudia Andujar: no lugar do outro, no IMS Rio.
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