A ideia do livro POEMA(d)OBRA partiu da escuta. Ao tomar contato com os diversos vocábulos que compõem o universo do livro de artista, dobraduras e encadernação, percebi que muitos termos se repetiam e iam criando uma musicalidade. Ligada às palavras, à Literatura e às Artes, pensei realizar um pequeno poema visual mostrando essa musicalidade. O modelo do Franklin Fold me pareceu o que mais evidenciava o jogo das dobras, isto é, da relação que as páginas estabelecem umas com as outras, de modo que letras e sílabas poderiam interagir num movimento ritmado de construção e desconstrução de palavras. O texto do poema busca pensar a obra como algo vivo, desdobrável materialmente e internamente, para aquele que lê, vê, manipula e que dali pode tirar, além das palavras propostas, outras que seu vocabulário encontrar. Toda obra é múltipla, nos transforma tanto quanto é transformada por nós.
Cláudia Lyrio
Artista visual, natural do Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Graduada em Pintura e Letras, é Mestre em Literatura e Especializada em História da Arte e Arquitetura no Brasil. Foi professora substituta no curso de Pintura da Escola de Belas Artes da UFRJ e atualmente é doutoranda no Programa de Pós-Graduação da Escola de Belas Artes da UFRJ. Participou de diversas exposições no Brasil e no exterior. Fez individual Redesenhando a Paisagem no Museu de Arte de Blumenau/SC. Como autora, publicou pela Paulinas os títulos infantis “Três Reis Magros” e “Menina Lua Lobisomen”. Unindo arte e literatura, seus projetos se caracterizam por um sentido narrativo, fabular. São produções que ora pedem a caminhada, a coleta e a intervenção urbana; ora sugerem poéticas que atravessam campos de cor, catalogações naturalistas, práticas de Arqueologia e os territórios da linguagem gráfico-visual dos manuscritos. Sua produção mais recente é voltada para a escrita e a materialidade da palavra, enfatizando o gesto e o processo de criação. .
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