A partir de que ponto uma exposição de arte pode ser cartografada? É possível elaborar um meio-termo entre revista periódica e catálogo de exposição? Pode uma revista subverter sua periodicidade?
Esses são alguns dos questionamentos lançados pela Revista Propágulo Nº 8.1, edição que trouxe uma nova virada editorial ao compartilhar as investigações dispostas no espaço-tempo de “A Beleza da Lagoa É Sempre Alguém”, em cartaz na Galeria Janete Costa de junho de 2022 até agosto do mesmo ano. A exposição da Propágulo desvelada nesta publicação faz referência em seu título a uma passagem do livro “A Desumanização”, do escritor português Valter Hugo Mãe, em uma tentativa de também refletir no seu desenvolvimento sobre a solidão, a ausência e a presença do outro.
O período de acompanhamento coletivo para a exposição resultou em um diálogo prolongado com 11 artistas que preencheram as páginas desta revista. No Caderno 1, foram mapeadas as trajetórias e obras de Anti Ribeiro, Bisoro, Clara Simas, Luana Andrade, Marcela Dias, Marina Soares, matheusa dos santos, Nara Gual, Rayellen Alves, Tácio Russo e Tatiana Móes. Assim, a partir das dinâmicas realizadas dentro do processo de curadoria, os artistas puderam expor neste momento sobre seus processos criativos com os demais participantes.
No Caderno 2, o curador Guilherme Moraes levantou questionamentos a partir das apresentações de cada artista ocorridas previamente. São desenvolvidas, então, interações a partir de cada poética e como as mesmas serão apresentadas dentro do espaço-tempo de “A Beleza da Lagoa É Sempre Alguém”. O Caderno 3 finaliza o arco de acompanhamentos curatoriais coletivos. Após pesquisarem sobre os outros artistas da mostra e lerem os memoriais descritivos de suas propostas para a exposição, o grupo se dispõe em trios ou duplas para um troca de perguntas e diálogos entre si sobre seus processos.
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