A edição 47 da serrote, de julho de 2024, tem como um de seus destaques o ensaio “A traição da língua”, feito especialmente para a revista pela palestina Adania Shibli. A escritora, com base em sua vivência cotidiana entre Jerusalém e Berlim, reflete sobre o recurso ao silêncio a que recorrem povos colonizados. Também partindo do pessoal para o coletivo, o argentino radicado nos Estados Unidos Federico Finchelstein, autor de ‘Uma breve história das mentiras fascistas’, volta a Buenos Aires, pela primeira vez depois da eleição de Javier Milei, para observar de perto e escrever sobre seu objeto de estudo. Além de textos de Martín Kohan, Silviano Santiago, Namwali Serpell e muito mais.
Revista Serrote
SUMÁRIO
PALESTINA
Adania Shibli / Taysir Batniji
A traição da língua
Recorrer ao silêncio sob domínio colonial ou no exílio pode ser uma decisão consciente de não travar diálogo com a lógica distorcida do colonizador ou do dominante
FASCISMO
Federico Finchelstein / Florencia Bothling
O aspirante da vez
À imagem de Trump e Bolsonaro, Javier Milei encarna a versão incompleta do fascista, que ataca a democracia sem compromisso ideológico de longo prazo
ALÔ?
Martín Kohan
Um réquiem para o telefone
Já quase ninguém usa o telefone como telefone, mas ele continua a ser chamado assim
MEMÓRIAS
Fernanda Melchor / Marina Rheingantz
Confusão de línguas
Eu falava na língua da ternura, da fantasia lúdica, e ele na língua da paixão, de avidez e desejo, de raiva e angústia, presentes no beijo aterrorizante que me deu
CONCURSO SERROTE
Ingá Maria Patriota
Abrir a porta
Numa ocupação do MTST, a experiência de um filme coletivo convoca as mulheres ao engajamento pela troca de vivências
ENSAIO VISUAL
Silvana Marcelina
sudestina.
ENSAIO PESSOAL
Maria Carolina Fenati
Nadar
Atravessar águas e páginas, escutando o fundo e a superfície, é inventar maneiras de grafar palavras que flutuam
RACISMO
Yasmin Santos / Mulambö
Com as próprias mãos
A execução de Cara de Cavalo, imortalizada por Hélio Oiticica há seis décadas, é marco histórico no extermínio da população negra e pobre pelo Estado
ALFABETO SERROTE
Evandro Cruz Silva
R de resistência
LITERATURA
Namwali Serpell / Natali Tubenchlak
Me bate, meu bem
Na ficção do ‘mestre remasterizado’, mulheres jovens derrotam homens mais velhos e poderosos para se vingar da narrativa formal e senhorial que chamamos de romance
CONCURSO SERROTE
Rogerio Almeida / Eder Oliveira
Encruzas amazônicas
Inferno e paraíso, almoxarifado de recursos, palco de violência e de tradições imemoriais, a Amazônia resiste em sua complexidade
ENSAIO
Silviano Santiago
O grande relógio
Machado e Proust e a hora em que o mundo recomeça
CAPA: Taysir Batniji
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