Alegoria, história e ficção invadem o presente e aí permanecem, confundindo a linearidade da História Ocidental e reabrindo as lacunas de conhecimento mal contadas e não resolvidas. Nesta cartografia híbrida e móvel, o ecossistema dominante é o do in entre o espaço: entre tempos, entre técnicas, entre espécies, entre línguas, entre formatos, entre gritos e suspiros, realidade e ficção, tristeza e exaltação.
“Mergulhei no meu arquivo para extrair formas poéticas da conjuntura cartográfica que me levou a habitar, na última década, duas terras intrinsecamente ligadas pelo expansionismo da história moderna: a minha pátria, Portugal, e o filho mestiço, o Brasil.
TRANSA surge como lema para uma reflexão sobre a existência contemporânea, ameaçada pelo limbo e brutalidade dos processos de colonização que agora se invertem. A Terra, neste tempo suspenso, parece ecoar um grito surdo que reúne todas as forças civilizadoras – as repressivas e as subordinadas, as da história maioritária e das minorias, a mulher, o negro, o indígena, o colonizador.”
Artista e curadora de fotografia independente (1975, Porto – Portugal), com PHD em Fotografia e Comunicação Visual na Universidade do Minho, Portugal, sobre as comunidades indígenas do Brasil. É licenciada em Estudos Curatoriais e concluiu um Mestrado em Fotografia na Escola de Artes de Utrecht-Holland. Na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, como investigadora pós-doc, desenvolve estudos sobre práticas visuais contemporâneas que problematizam as formas híbridas de fotografia em intersecção com outras linguagens, tais como Pintura, Cinema e Literatura.
É cofundadora do Festival Português de Fotografia Encontros da Imagem (2006), em Braga, Portugal, e tem colaborado como diretora artística e curadora. Em 2018 foi uma das curadoras da Bienal de Fotografia Beijng na China.
Colabora com artistas locais e internacionais com foco no desenvolvimento de intercâmbios culturais e problemas sociais.
Desde 2017, é membro curatorial do Museu da Fotografia em Fortaleza, Brasil. Atualmente é assessora artística do FotoFestival SOLAR e conselheira do Programa de Fotografia da Secretaria de Estado da Cultura do Ceará, Brasil.
Transitando entre Portugal e Brasil, Ângela está interessada em contar histórias visuais, criadas com múltiplas camadas e linguagens para visualizar o assunto. Está também interessada em ver meios de comunicação baseados em lentes, fotolivros e ensaios fotográficos, bem como artistas que trabalham na intersecção da fotografia e outros meios de comunicação para incluir nas instituições e festivais europeus e latino-americanos.
Não há avaliações ainda.