A história destas mulheres é importante para tantas outras que vivem sob um contexto de conflito se reconheçam e encontrem nelas exemplos de resiliência. A coragem talvez seja inspirada em Nadia Murad, também yazidi e que assim como elas foi capturada, tornou-se escrava sexual até finalmente fugir e denunciar para o mundo o horror que viveu. Tornou-se a porta voz das yazidis e foi indicada para o Prêmio Nobel em 2018. Yazidis é dedicado à todas as mulheres.
“É possível sair das sombras do próprio destino? É a pergunta que me faço enquanto escuto uma mulher me contar como ela e um grupo de outras yazidis promoveram uma fuga. Sob um calor de mais de 35 graus, aguardaram anoitecer e então escaparam. Pedras, poeira e escassos arbustos eram tudo que formavam a paisagem. Mas o ritmo que imprimiram na fuga era inalcançável para as possibilidades físicas de Hure Kaso Murad, de 66 anos, e ela acabou ficando para trás. Sozinha, continuou caminhando por um dia e meio até encontrar uma família xiita. Eles a abrigaram e, quando tudo estava mais seguro, ajudaram-na chegar até a região dos curdos.” Compartilha Marcio Pimenta.
É fotógrafo e jornalista freelance residente no Sul do Brasil. Seu trabalho foi publicado na National Geographic, Rolling Stone, The Guardian, The Wall Street Journal e El País. Ele recebeu vários prêmios por seus relatórios ambientais. Em 2016 e 2017 esteve no Iraque para cobrir a guerra contra o Estado Islâmico e o renascimento das mulheres Yazidis. Em 2018 visitou a Antártica pela primeira vez e tem desde então a relação da sociedade com sua geografia e sua própria história, nas identidades, tradições e manifestações econômicas. Está documentando as sociedades contemporâneas do mundo que sofrerão com as mudanças climáticas antes de se adaptarem. Beneficiário Pulitzer Rainforest Journalism Fund. Beneficiário Rory Peck Trust.