Grande folha sanfonada, com quase dois metros, de um lado com desenhos de Neo Muyanga e de outro a partitura da música com as interferências dele. Dentro, um livreto com texto inédito do artista. O trabalho de Muyanga propõe a desconstrução e um novo olhar sobre a canção Amazing grace, composta, em 1772, por John Newton, um traficante de escravos britânico branco que se transformou em pastor anglicano abolicionista no final do século xviii. Newton atribui sua mudança de posicionamento a uma série de experiências de quase morte. Para além da performance realizada em 2020, que deu início ao programa da 34ª Bienal de São Paulo, a obra de Muyanga se desdobra na instalação audiovisual que integra a 11ª Bienal de Liverpool e a mostra coletiva da 34ª Bienal, com início em setembro de 2021. Composta a partir de seu país, a África do Sul, e com realizações no Brasil e Inglaterra, essa obra religa os vértices do chamado “triângulo do Atlântico”.
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