O romance As guerrilheiras de Monique Wittig é um dos trabalhos mais influentes da autora e um dos textos feministas mais lidos do século XX. Trata do ataque à linguagem e a corpos masculinos por uma tribo de mulheres. Dentre as armas mais poderosas usadas em sua investida contra os costumes literários e linguísticos da ordem patriarcal está o riso. Neste romance As guerrilheiras publicado pela primeira vez em 1969, Monique Wittig anima uma sociedade lésbica que convida todas as mulheres a se unir à sua luta e à sua comunidade. As guerrilheiras é um romance inovador sobre a criação e a manutenção da liberdade. Grande parte de sua energia emana do enaltecimento do corpo feminino como fonte de invenção literária.
Desde que existem homens e eles pensam, cada um deles escreveu a história em sua linguagem: no masculino. “Se as palavras qualificadas são de gêneros diferentes, o adjetivo se usa no plural masculino” (Grévisse).
“Elas dizem: a partir de agora, recuso-me a falar essa linguagem, recuso-me a murmurar como eles as palavras de falta, falta de pênis falta de dinheiro falta de signo falta de nome”.
Estudou línguas orientais na Sorbonne, em Paris. É considerada figura central dos movimentos feminista e lésbico da França. Em 1964, publicou seu primeiro livro, o romance L’Opoponax, pelo qual recebeu o Prêmio Médicis. Ao longo da vida, Wittig escreveu outros dois romances: As guerrilheiras (1969) e O corpo lésbico (1973). Durante o Maio de 1968, se engajou com o Mouvement de Libération des Femmes (MLF). Foi uma das fundadoras dos grupos feministas Petites Marguérites, Gouines Rouges e Féministes Révolutionnaires.
A morte súbita de Wittig, em janeiro de 2003, encurtou a carreira de uma escritora, filósofa e ativista incrivelmente criativa, cujo trabalho continuará a influenciar todos os que se opõem à “mente reta” em suas inúmeras manifestações.
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