A ‘caixa casa’ deixa de ser um espaço físico (real) com suas aberturas para receber luz a desenhar as sombras (ilusão). Real e ilusão que se perdem, como no alto contraste. Não há clareza de qual está dentro ou fora. É a vida e seu pulso. E por isso a casa são as memórias e os retratos. O mundo que se apresenta desmascarado. Isso não elimina as tensões emocionais, os desesperos e as dores, nem mesmo as propostas de sobrevivência em particulares tempos sombrios. Daí as repetições, imprecisão, precariedade e a própria corrosão das imagens. Mas se escolha há, que seja pelo elogio, louvor, pela dança e pela entrega crua dos corpos e das emoções. Ode.
As imagens feitas num curto período de menos de dois anos, quase num mesmo cenário (o palco, o palco da casa), não se limitam a cenas de isolamento, mas se universalizam e representam o amadurecimento de um processo e diferentes pesquisas por quase uma década.
Graduado em Direito em 2002 e Fotografia Autoral (2012-2013) no Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM/SP. Desde então participando em grupos de discussão, criação, edição e desenvolvimento, com foco principal na fotografia. Residências artísticas (incluindo Amsterdam, 2020), workshops, exposição coletiva em 2018, na então Galeria Virgílio, em São Paulo, e lançamento de um livro artesanal, com exposição individual em 2016, em São Paulo.
Alguns trabalhos têm sido objeto de processos autorais, finalizados em livros de autor em cópia única – como Carbono (2014), Call it True (2016), River Carta p/ R. (2018), e Next Monday Haven (2019) -, ou ainda como 70×7, um livro artesanal em edição limitada (numerada em 30 cópias), com lançamento acompanhado de exposição individual, no final de 2016, em São Paulo.
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