“O diálogo proposto neste fotolivro articula dois trabalhos impactados pela conjuntura brasileira. Carta Branca é a primeira experiência do autor na captação de imagens com celular. A série reúne fotografias produzidas durante caminhadas em Belo Horizonte entre o golpe que destituiu a presidência da República em 2016 e a eleição de seu sucessor. Guilherme recolhe pistas e constrói uma narrativa que antecipa o resultado da confiança irrestrita que levou à vitória nas urnas.
No verso, a série 01/01/2019 com fotografias de intervenções realizadas em antigas cédulas. A paixão numismática desaguou no primeiro dia do mandato de Jair Bolsonaro como presidente da República para inscrever sobre a efígie de inspiração liberal da nota de 200 cruzados novos – lançada em 1989, em comemoração ao I Centenário da República – uma sátira aos players do jogo democrático. Na capa e contracapa, o baralho estampa a figura dourada de 100 dólares para lembrar os compromissos com a banca internacional.
Guilherme joga no dúbio e oferece uma nota autêntica carimbada como falsa. É um cassino onde misturam-se Dólares, Cruzados Novos, Cruzeiros e Reais.
A carta branca só é possível se a caixa-preta permanecer lacrada.”
– Sinara Sandri
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