O que é paraíso? Uma fantasia, uma sensação, um fragmento de tempo? Ou, como define o artista, “uma fotografia meticulosamente enquadrada, uma imagem que esconde mais do que mostra”? Gilvan Barreto quer ver e mostrar o que ficou de fora – um paraíso que é escudo e fachada: “Há séculos a memória desta terra é forjada pelo uso sistemático da violência. Os ciclos de intimidação são constantes e têm o mesmo alvo de sempre: o meio ambiente e as comunidades mais vulneráveis.”
Ao longo das páginas, numa narrativa que o artista compara a um longa-metragem, imagens e textos dialogam entre si: fotos se intercalam a um corpo de sinopses que ancora a leitura, uma longa entrevista que verbaliza intenções e processos de trabalho e um ensaio do organizador que avança criticamente na leitura de um fazer que é artístico e político.
(Jaboatão dos Guararapes, PE, 1973) é fotógrafo e artista visual. Seu trabalho foca em questões políticas, sociais e ambientais, com influências do cinema e da literatura, e foi reconhecido com importantes prêmios nacionais, como o Prêmio Brasil de Fotografia (em 2017 e 2014), Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia (2014), Prêmio Fundação Conrado Wessel de Arte (2013), Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger (2017), além de ter sido um dos artistas selecionados pelo programa Rumos (Itaú Cultural), em 2018 e 2014. É autor de diversos livros autorais: Sobremarinhos – Capitanias e tiranias (LP Press, 2019), Suturas (edição do autor, 2016), Orquestra Pernambucana de Fotografia (Tempo D’Imagem, 2015), Sobremarinhos (edição do autor, 2015), O livro do sol (Tempo D’Imagem, 2013) e Moscouzinho (Tempo D’Imagem, 2012). Dirigiu o documentário Prelúdio da fúria e é codiretor de Novo mundo (2020), websérie e curta-metragem sobre violência de Estado e racismo, entre outros trabalhos em audiovisual. Suas obras circulam em exposições, galerias e coleções de arte. Reside no Rio de Janeiro.
(Fortaleza, CE, 1979) é pesquisador, professor e curador. Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC), é mestre (2006-2009) e doutor (2010-2014) pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU -US P). É um dos idealizadores da Rama Plataforma (2021), ambiente dedicado ao ensino e à difusão das artes visuais. Em parceria com Márcio Seligmann-Silva, é um dos curadores da exposição permanente MemoriAntonia: Por uma Memória Ativa a Serviço dos Direitos Humanos (Centro Universitário Maria Antonia – USP, 2021). Organizou, com Guilherme Wisnik, o livro Cildo: Estudos, espaços, tempo (Ubu Editora, 2017). Foi coordenador de acervo e pesquisa e curador institucional da Associação Cultural Videobrasil (2014-2016). Ao longo de sua trajetória, organizou outras publicações e exposições. Vive e trabalha em São Paulo.
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