Blog do Juan Esteves – Retratos pra Yayá, Irmina Walczak e Sávio Freire
“(…) Uma espécie de diário fotográfico sobre Yasmin, filha dos autores, nascida no ano anterior e carinhosamente chamada Yayá. Surgiu também, segundo eles, da percepção de que o bem maior era o tempo de suas vidas que se tornou o horizonte de suas escolhas. Uma opção por um cotidiano sem pressa, pela presença e pela proximidade.
As fotografias foram feitas, em sua maioria, sistematicamente durante 4 anos, no que eles chamam de um “pedacinho do cerrado” que invade o quintal da casa onde moram em Brasília, DF. Embora publicadas nas redes sociais, em revistas de fotografia e diversas plataformas virtuais, o conceito da experiência almeja a distância da tecnologia, por uma vida simples, natural e consagrada a natureza, principalmente longe do consumo desenfreado a que as nossas crianças hoje são submetidas impiedosamente.
Irmina Walczak é polonesa de Jedlinsk, um vilarejo no centro do país, e está no Brasil há uma década. Antropóloga, trabalha parte do seu tempo como pesquisadora. Em 2012 fundou com o brasileiro Sávio Freire, graduado em Administração e fluminense de Resende, o coletivo fotográfico Panoptes que realiza tanto projetos pessoais como este livro e outros mais comerciais ( o nome vem de Argos Panoptes, da mitologia grega, o gigante com 100 olhos.) Usam a fotografia para documentar a vida familiar como forma de terapia e autoconhecimento. É, acima de tudo, uma vivência fotográfica e de vida conjunta.
Delicado registro, que se debruça em composições elegantes, nas quais os tons monocromáticos se harmonizam com as imagens em cor é mais do que uma fuga da civilização contemporânea atravancada e violenta em que vivemos. Esta sucessão de 81 belas imagens nos remete ao papel da fotografia mais remoto, aquele doméstico e íntimo, cujo resgate vem preenchendo trabalhos mais atuais em uma proposta visual que contesta a nossa incapacidade de redimencionar a existência. Mais do que uma obra coletiva, é um trabalho familiar, tendo como protagonista a pequena Yayá e eventualmente como coadjuvantes seu irmão e seus pais. (…)”
– Juan Esteves
Formam um casal de fotógrafos e educadores polono-brasileiro que investiga relações familiares, intimidade e aspectos do cotidiano. Ao longo dos anos, desenvolveram um corpo de trabalho sobre a infância livre que em 2016 foi publicado no livro “Retratos pra Yayá”. Seus estudos sucessivamente aprofundados sobre a condição da criança na contemporaneidade e sua corporeidade refletem em toda produção do casal. Seu último projeto “Oasis: In our quarantine yard” criado na pandemia do coronavírus foi contemplado pelo Meitar Award for Excellence in Photography 2020 (Israel) e FotoFestiwal 2021 (Polônia) assim como exposto em Berlim e na Nigéria. Finalistas do LensCulture Portrait Award 2016 e vencedores do Head On Portrait Award 2018, Irmina e Sávio são também co-fundadores da revista de fotografia “Clan”. Desde 2017 levam uma vida nômade vivendo junto com três filhos num motorhome. Atualmente sua Mercedes ’83 está percorrendo a Europa.
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