A superfície utilizada como suporte pelos skatistas é encapada por uma lixa que se assemelha a textura do ambiente, do chão e da imagem de alguém deitado na rua ou na calçada. Em Áspera os cristais de areia dessa lixa são as fontes de canalização e troca de energia para a criação artística, como um prisma que revela a luz de várias outras formas.
“Comecei a andar de skate em 1996, nesse período comecei a fazer zines e vídeos da cena local. Quando estava na faculdade fui estagiário da Green Vision, uma produtora de documentários, e foi aí que me interessei por produzir documentários.
Em 2010 comecei a pensar em fazer um documentário de longa-metragem e como fui demitido da empresa de jornalismo que trabalhava, usei o dinheiro do seguro-desemprego para iniciar o projeto ‘Imaterial’. Foi meu primeiro longa-metragem, um filme completamente independente e quatro anos de pesquisa.
‘Áspera’ é meu primeiro livro e resultado direto da pesquisa do ‘Imaterial’. É uma ampliação do discurso artístico contemporâneo da criação e produção de skatistas e o ambiente que os cercam. Inspirado pela produção artísticas dos skatistas, passei quatro anos dedicado a observação da influência da rua e o cotidiano vadio como inspiração para o processo criativo do cenário independente. O trabalho constrói uma sequência cotidiana e pessoal nos registros, quase banais. Uma metalinguagem da própria produção artística. A construção do livro se dá em meio de processos de outras obras artísticas nd dia-a-dia.”
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