“Cresci num núcleo familiar denso e complicado, marcado pela escassez, alcoolismo, trabalho e com uma relação pouco amigável com a escola.
A infância e a adolescência me trouxeram um senso de responsabilidade precoce e também contribuíram para a construção da minha auto-estima – ou melhor, da ausência dela.
Contextos sociais marginalizados têm resultados previsíveis na vida adulta: sub-empregos, vícios e criminalidade. Essa é a regra do jogo.
Alguns poucos e fortes conseguem escapar dessa realidade, dificilmente sozinhos, nunca sem levar marcas e códigos por toda vida.
Às vezes a desesperança e o desencanto com o futuro surgem, e na maior parte do tempo ando curvado pelos problemas e, literalmente, pela postura.”
– Cicero Costa
Cicero Costa, pseudônimo de Wallace da Silva Costa, maio de 1994.
Nascido e criado no centro da cidade de São Paulo. Filho mais novo de Maria Alice da Silva Costa e Antonio Francisco Mendes Costa, ambos nordestinos retirantes.
Suas referências humanas e estéticas se desenvolveram a partir do seu contexto geográfico e familiar, através dos ofícios de seus pais, sua mãe vendedora ambulante e seu pai balconista de bar, e a região onde cresceu, entre os bairros do Bixiga, Baixada do Glicério e Brás, onde trabalhou boa parte da sua infância e adolescência, foram decisivas na sua percepção de mundo, e como indivíduo, o que mais tarde se tornaria nítido na sua produção, que gira torno de memórias afetivas e temas que permeiam sua vida, tais como trabalho, traumas, vícios, violência, questões culturais e de identidade.
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