Em o livro de água, obra e exposição realizada em conjunto pela poeta Karina Rabinovitz e a artista visual Silvana Rezende, as palavras e as imagens se conjungam: palavras atravessadas por imagens atravessadas por palavras. A isto se propõem as artistas: promover uma experiência renovadora, contemplativa, onde as palavras e as imagens alçam voô. Não se confundem; vinculam-se num desbordamento mútuo. A água que transborda traduz uma vontade de afeição, de comunhão com a natureza , e que ativa o princípio dionisíaco de perda dos limites sujeito-objeto; somos meio e fim, partida e ponto de chegada, homem, barco e ilha, como sonhou Saramago no conto da Ilha Desconhecida. E,como Karina, ficamos á deriva. As artistas falam de suas percepções do mundo, das relações do homem e mundo. Falam muito intimamente a si mesmas, travando um diálogo que envolve sutilmente o espectador. Esta exposição nos conduz a experimentar a sensação de que estamos em outro mundo, onde vigoram regras bem diferentes daquelas ás quais nos acostumamos. Aqui, o amor universal, o amor pelas coisas como são. Um convite à viagem, à ida e à vinda, ao encontro.